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Gavião-de-asa-larga Buteo platypterus (Vieillot, 1823)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Politípica (6 subespécies)


Indivíduo adulto. Foto: Marco Guedes

Gavião migratório oriundo da América do Norte, costuma migrar em bandos de centenas a milhares de indivíduos. No Brasil aparece na região amazônica, com alguns indivíduos aparecendo como vagantes no sul e sudeste do país. Gosta de planar nas horas mais quentes da manhã, por vezes, junto a outros gaviões. Também conhecido como gavião-pintado.


Descrição:
Mede de 34 a 41 cm de comprimento, peso de 420 g (macho) e 490 g (fêmea) (Márquez et al. 2005). Adulto possui dorso de coloração marrom, sendo mais escuro nas partes mais próxima da ponta das asas; píleo, nuca e laterais da cabeça estriado de castanho e branco, partes inferiores e peito de coloração branco-creme com densas estrias marrom-escuro. Jovem é similar ao adulto, apresenta dorso marrom com manchas claras. Ocorre indivíduos melânicos nessa espécie, mas são raros, geralmente apresentam coloração preta com íris castanha, cera e tarsos amarelos, mantendo-se o padrão da cauda.

Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios e caranguejos; caça a partir de um poleiro.

Reprodução: O ninho é uma pequena base côncava de gravetos em partes baixas das árvores. Coloca de dois a quatro ovos, com de incubação de 28 a 30 dias. Os filhotes saem do ninho com 5 a 6 semanas de idade, ficando nos arredores até 8 semanas. Na América do Norte, corvos e outras aves de rapina, como a B. virginianus, são predadores frequentes dos ovos e filhotes.

Distribuição e subespécies:
Espécie migratória neártica. No verão é encontrado nos Estados Unidos, México e países da América central, e no inverno migra para o sul do México até os países da América do Sul, incluindo norte do Brasil. No Caribe, muitas populações não migram (Fergunson-Lees e Christie, 2001). São reconhecidas seis subespécies:

  • B. p. platypterus: subespécie de hábitos migratórios, encontrada do centro e sul do Canadá até o sul do Estados Unidos, com migrações para a América do Sul, incluindo Brasil.
  • B. p. cubanensis: Cuba.
  • B. p. brunnencens: Porto Rico.
  • B. p. insulicola: Antigua (Antillas Menores).
  • B. p. rivierei: Dominicana, Martinica e Santa Lucía (Antillas Menores).
  • B. p. antillarum: São Vincente, Granada até Tobago (Del Hoyo et al. 1994).

Habitat e comportamento: Vive em bosques semiabertos, florestas e borda de matas. Predador pequeno, mas corpulento, com asas largas e pontiagudas e cabeça pequena. Costuma planar com frequência nas horas quentes da manhã. Voa em bandos de centenas a milhares de indivíduos durante a migração. No Brasil é pouco documentado, talvez por ser confundido com outros gaviões-buteonines comuns, como o gavião-carijó (R. magnirostris).

Movimentos: Migrante oriundo da América do Norte e Central, migra para o norte da América do Sul, normalmente usando a parte terrestre da América Central como rota de migração. No Brasil é um migrante regular na região amazônica, onde aparece entre os meses de outubro e abril. Alguns indivíduos podem aparecer como vagantes no sul e sudeste do país. Vagantes já foram registrados nos Estados do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul (Naumburg, 1930; Pacheco & Parrini, 2000; Santos et al. 2010, Meller & Bencke, 2012). Durante a migração, que inicia-se em setembro na América do norte, a espécie reúne-se em bandos de centenas a milhares de indivíduos para iniciar a migração. Nesse período, em algumas regiões da América Central é possível visualizar mais de 3 mil indivíduos em "nuvens de migração".


:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::



Referências:

Ferguson-Lees, J. e D. A. Christie (2001) Raptors of the World. New York: Houghton Mifflin Company.

Márquez, C., Gast, F., Vanegas, V. & M. Bechard (2005) Aves Rapaces Diurnas de Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. 394 p.

Meller, D. & Bencke, G. A. (2012) First record of the Broad-winged Hawk Buteo platypterus in southern Brazil, with a compilation of published records for the country. Revista Brasileira de Ornitologia, 20(1), 75­80

Naumburg, E. M. B. (1930) The birds of Matto Grosso, Brazil. Bulletin of the American Museum of Natural History,60:1-432.

Pacheco, J. F. & Parrini, R. (2000). Aves do Estado do Rio de Janeiro: Região meridional do vale do rio Paraíba do Sul – retificação de limites e complementação dos registros inéditos mais antigos. Atualidades Ornitológicas,95:12-13.

Stotz, D. F.; Bierregaard Jr., R. o.; Cohn-Haft, M.; Petermann, P.; smith, J.; Whittaker, A. and Wilson, s. v. (1992). The status of North American migrants in central Amazonian Brazil. Condor, 94:608-621

Site associado: Global Raptor Information Network

 



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Gavião-de-asa-larga (Buteo platypterus) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/buteo_platypterus.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

Chamado - (gravação: Allen T. Chartier)
By: xeno-canto.




Indivíduo adulto.
La Fortuna, Costa Rica. Out. 2016
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo adulto.
Manaus/AM, Dezembro 2011
Foto:
Beatriz Cirino
 

Indivíduo jovem.
Presidente Figueiredo/AM, Dez. de 2008. Foto: Robson Czaban
 

Indivíduo adulto.
Manaus/AM, Dezembro de 2011.
Foto:
Bertrando Campos
 

Indivíduo jovem.
Porto Velho/RO, Março de 2010.
Foto: Felipe Pinto
 

Indivíduo jovem.
Itapuã do Oeste/RO, Dez. de 2011.
Foto: Danilo Mota