Caranguejeiro Buteogallus aequinoctialis (Gmelin, 1788)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Monotípica
Indivíduo adulto. Foto: Henrique Coelho |
Gavião de ocorrência restrita a região litorânea, vive nos manguezais, pântanos e borda de rios, sempre próxio do litoral. Alimenta-se principalmente de caranguejos (razão do seu nome popular). Nas horas mais quentes da manhã pode ser observado planando a grande altura. Também conhecido como gavião-do-mangue.
Descrição: Mede de 42 a 46 cm, com peso médio de 590 g (macho) e 796 g (fêmea) (Del Hoyo et al. 1994). Adulto apresenta cabeça, pescoço e dorso marrom-escuro, asas com as primárias ferrugíneas e as extremidades e bordas pretas; partes inferiores marrom-ferrugíneo barrado de preto; cauda preta com borda branca e estreita faixa mediana branca; íris castanha, cera e tarsos amarelos. O jovem apresenta dorso marrom com partes inferiores creme com estrias marrom.
Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se exclusivamente de caranguejos. Caça a partir de poleiros, de onde “mergulha” sobre a presa e a leva para um lugar seco.
Reprodução: Constrói o ninho com gravetos e folhas em árvores às margens de rios, normalmente coloca um único ovo. Durante o período pré-nupcial, o casal costuma realizar diversas acrobacias aéreas, com perseguições, voos circulares e mergulhos. Neste período também emitem assobios altos e melodiosos e vocalizações que se assemelham a uma risada.
Distribuição Geográfica: Ocorre da Venezuela e Guianas se distribuindo pelo litoral brasileiro. No Brasil, originalmente ocorria em toda a faixa litorânea com mangues, desde a foz do Oiapoque (Amapá) até o Paraná. Atualmente suas populações estão restritas a algumas áreas do litoral norte e nordeste, com uma população disjunta nas baías de Paranaguá e de Guaratuba no Paraná. No restante do litoral provavelmente tenha se extirpado, ausente de registros.
Habitat e comportamento: Habita os manguezais, pântanos e bordas de rios, podendo ser observado planando a grande altura (Sick, 1997). Solitário, às vezes observado em casais.
Movimentos: Espécie residente.
Conservação: Considerado como "quase ameaçado" na lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção do ICMBio (2014). Pelo fato de ser restrito à região litorânea, as causas de seu declínio devem ser remetidas às ameaças atribuídas a esse ambiente como um todo e às demais espécies que ali ocorrem. Ressalta-se que esta espécie mostra uma nítida restrição alimentar a certos crustáceos, os quais têm sofrido reduções consideráveis dos estoques populacionais em decorrência da redução das áreas de manguezais, da poluição e da captura predatória para a comercialização (Mikich e Bérnils, 2004). A proteção dos manguezais e das desembocaduras de rios da região litorânea são medidas emergenciais para proteção dessa ave e das outras que dependem do mesmo habitat (Mikich e Bérnils, 2004).
:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::
Referências:
Bierregart-Jr, R. O. (1995) The biology and conservation status of Central and South American Falconiformes: a survey of current knowledge. Bird Conservation International, v. 5, p. 325-340.
Del Hoyo, .J., Elliot, A. E Sargatal, J. (1994) Handbook of the birds of the world (2 v). Bird Life International Lynx Editions, 638p.
Ferguson-Lees, J. e D. A. Christie (2001) Raptors of the World. New York: Houghton Mifflin Company.
Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Nova Fronteira.
Site associado: Global Raptor Information Network
Citação recomendada:
Menq, W. (2018) Caranguejeiro (Buteogallus aequinoctialis) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/buteogallus_aequinoctialis.htm > Acesso em:
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