Caburé-miudinho Glaucidium minutissimum (Wied, 1830)
Ordem: Strigiformes | Família: Strigidae | Monotípica
Indivíduo adulto, Boa Nova/BA. Foto: Silvia Faustino Linhares |
O caburé-miudinho é uma das menores corujas do mundo, com tamanho e peso comparável à de um pardal. É endêmica da Mata Atlântica, encontrada apenas nas florestas do sul da Bahia ao Paraná, leste de Santa Catarina, além do extremo leste do Paraguai. É parcialmente diurna, e assim como suas congêneres, é facilmente atraída por reproduções de playback. Apesar de ser relativamente abundante na Mata Atlântica, é uma espécie muito pouco conhecida.
Descrição: Possui de 14-15 cm de comprimento e peso médio de 50 g (Konig & Weick 2008), sendo a menor ave de rapina do Brasil. Adulto possui dorso marrom, ventre branco mesclado de marrom-claro e cauda com 3-4 faixas claras; íris, bico e dedos amarelo-brilhante. Assim como suas congêneres brasileiras, essa espécie possui dois ocelos desenhados na parte de trás da cabeça, parecendo "olhos falsos". Esses olhos falsos da nuca, que simulam um rosto, são chamados de face occipital, que serve para confundir suas presas (especialmente aves durante comportamento de tumulto), aumentando as oportunidades de caça da coruja.
Vocalização: O macho vocaliza muito alto, emite notas duplas, um pouco prolongadas, repetida em intervalos de vários segundos, que poderia ser transcrita como “hew-hew hew-hew hew-hew ...”. Quando a ave está estressada (por exemplo, após playback), pode pronunciar 3-4 notas em uma única frase.
Espécies-similares: É muito parecida com o caburé (G. brasilianum), porém a G. minutissimum é um pouco menor, possui salpicado no dorso mais localizado, cauda com manchas em formas de gotas, e alto da cabeça com pequenas pintas brancas.
Dieta e comportamento de caça: Caça insetos e pequenos vertebrados (pequenas aves, incluindo filhotes no ninho, e lagartos). Assim como suas congêneres, caça a partir de um poleiro.
Reprodução: Dados desconhecidos, provavelmente nidifica em cavidades e ocos de árvores abandonados por outras aves, como pica-paus.
Distribuição geográfica: Endêmica da Mata Atlântica, ocorre do sul e sudeste do Brasil (desde o sul da Bahia ao Paraná, leste de Santa Catarina), e leste do Paraguai. Há também registros isolados no extremo sul de Goiás.
Habitat e comportamento: Habita florestas primárias, secundárias e borda de matas, em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.000 m, sendo mais comum na Serra do Mar. É parcialmente diurna, mais ativa no início da manhã e no final da tarde. Possui comportamento pouco estudado, mas provavelmente semelhante ao de suas congêneres. De temperamento tranquilo, costuma permitir boa aproximação humana. Responde bem ao playback, vocaliza alto no interior da floresta, mas é de difícil observação, já que fica pousada entre as folhagens no alto das árvores.
Movimentos: Espécie provavelmente residente.
Indivíduo adulto. Linhares/ES, Julho de 2011.
Foto: Fabricio Costa |
Indivíduo adulto, Linhares/ES. Setembro de 2016.
Foto: Leopoldo Pivovar Plotecya
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:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::
Referências:
ICMBio (2008) Plano de ação nacional para a conservação de aves de rapina / Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Coordenação-Geral de Espécies Ameaçadas. – Brasília: 136 p. ; il. color. : 29 cm. (Série Espécies Ameaçadas, 5).
Konig, C. & Weick (2008) Owls of the world. 2º ed. New Haven, Connecticut: Yale University Press.
Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Citação recomendada:
Menq, W. (2018) Caburé-miudinho (Glaucidium minutissimum) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/glaucidium_minutissimum.htm > Acesso em:
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