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Gavião-pombo-pequeno Amadonastur lacernulatus (Temminck, 18270)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Monotípica


Indivíduo adulto. Foto: Carlos Grupilo

Gavião endêmico da Mata Atlântica, ocorre na Serra do Mar e regiões próximas do litoral. Costuma planar sobre a floresta nas horas mais quentes da manhã, sendo mais raro que o gavião-pombo-grande (P. polionotus). Também conhecido como gavião-pomba.


Descrição:
Mede de 42-49 cm de comprimento, com envergadura de até 96 cm. Adulto possui a cabeça, nuca e partes inferiores brancas, enquanto o dorso e as asas são pretas. A cauda é branca com base e faixa terminal preta. É muito parecido com o gavião-pombo-grande (Pseudastur polionotus), diferenciando-se principalmente pelo padrão da cauda. Jovem é quase idêntico ao adulto, possuindo um pouco de estrias escuras no pescoço e nuca.

Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se principalmente de invertebrados, como insetos, aranhas e gastrópodes. Em menor frequência pode capturar cobras, lagartixas, roedores, pequenos mamíferos e aves (Garske & Andrade, 2004; Sick, 1997). Normalmente caça presas no solo, pode associar-se a bandos mistos de aves que seguem formigas-de-correição, bandos de quatis ou macacos para capturar animais espantados por eles. Também há registros de indivíduos seguindo tratores, na tentativa de capturar animais que são afugentados por estes.

Na região da Ilha do Cardoso, litoral sul do Estado de São Paulo, essa espécie tem sido observado se alimentando do gastrópode terrestre (Megalobulinus paranaguensis) com certa frequência. Garske & Andrade (2004) em uma pesquisa realizada no litoral sul do Rio de Janeiro, relataram o ataques oportunistas contra tiê-sangue (Ramphocelus bresilius) e sabiá-coleira (Turdus albicollis) que estavam presos em redes ornitológicas.

Reprodução: Biologia reprodutiva desconhecida.

Distribuição Geográfica: Ocorre apenas na Mata Atlântica, especialmente na Serra do Mar, desde o sul da Bahia até Santa Catarina.

Habitat e comportamento: É endêmico da Mata Atlântica, habita os trechos que acompanham a costa brasileira, especialmente a Floresta Ombrófila Densa, desde o nível do mar até 900 m, há registros em Minas Gerais em altitudes superiores a 2.800 m. Há alguns registros da espécie em parques inseridos em áreas urbanas, como em São Paulo/SP e em Blumenau/SC (Garske & Andrade, 2004).

Movimentos: Espécie residente.

Conservação: Dentre as ameaças, a descaracterização e redução do seu hábitat em função de desmatamentos, é uma das principais causas de seu desaparecimento, haja vista a sua grande dependência de ambientes primários ou pouco modificados (Mikich & Bérnils, 2004). Segundo Bierregaard-Júnior (1995) a população de uma forma geral está em declínio. Segundo ICMBIO (2014) o tamanho total estimado da população não ultrapassa 10.000 indivíduos maduros.



:: Página editada por: Willian Menq em Jan/2018. ::




Referências:

Almeida, A. C. C.; Teixeira, D. M. (1995) Lista preliminar das aves da Reserva Biológica Guaribas (Mamanguape,PB). In: LANGGUTH, A. (Ed.). Plano de ação emergencial da Reserva Biológica Guaribas. Brasília: ICMBio; MMA. p. 49-53.

Bierregaard-Jr, R. O. (1995) The biology and conservation status of Central and South American Falconiformes: a survey of current knowledge. Bird Conservation International, v. 5, p. 325-340.

Carvalho-Filho, E. P. M; Zorzin, G.; Canuto, M.; Carvalho, C. E. A. & Carvalho, G. D. M. (2009). Aves de rapina diurnas do Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. MG BIOTA, Belo Horizonte, 1(5): 4-43.

Garske, C. E. S.; Andrade, V. A. (2004) Observações e capturas de Leucopternis lacernulata (Accipitridae) na Ilha da Marambaia, litoral sul do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Ararajuba 12 (1) notas.

ICMBio, (2008). Plano de ação nacional para a conservação de aves de rapina / Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Coordenação-Geral de Espécies Ameaçadas. – Brasília

Menq, W. (2016) Aves de rapina da Mata Atlântica - Aves de rapina Brasil (publicações online). Disponível em: <http://www.avesderapinabrasil.com/arquivo/artigos/avesderapina_mataatlantica.pdf> Acesso em setembro de 2016.

Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira.

Site associado: Global Raptor Information Network

 

Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/leucopternis_lacernulatus.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (VU) Vulnerável

Chamado - (gravado por: Rafael Bessa)




Indivíduo adulto.
Caraguatatuba/SP, Nov. 2016.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo Jovem.
Rio de Janeiro/RJ, Março de 2007.
Foto: Ruy Salaverry
 

Individuo adulto.
Porto Belo/SC, Julho de 2009.
Foto: Macmaclarenpb
 

Indivíduo adulto.
Caraguatatuba/SP, Nov. 2014.
Foto: Willian Menq