Coruja-de-crista Lophostrix cristata (Daudin, 1800)
Ordem: Strigiformes | Família: Strigidae | Politípica (3 subespécies)
Indivíduo adulto. Foto: João Carlos (Cal) Martins |
Coruja de aparência inconfundível, possui dois tufos de penas branco, que começa do alto da cabeça e vai até entre os olhos, formando um "V" facial. Estritamente noturna e florestal, no Brasil pode ser encontrada em toda região amazônica.
Descrição: Mede de 38-43 cm de comprimento, peso de 400-620 g (Konig & Weick, 2008). Coruja de aparência singular, onde destaca-se os tufos de penas branco, que começa do alto da cabeça e vai até entre os olhos, formando um “V” na face da ave. Polimórfica, possui coloração do ventre e dorso que varia do marrom-escuro, ferrugíneo ao cinza. No Brasil predomina a plumagem marrom-escuro no dorso com pequenas manchas brancas, especialmente nas coberteiras alares (dorso da asa); partes inferiores que varia do cinza ao marrom-claro, com finíssimo barrado, pouco perceptível à distância. Cor da íris também variável, na América Central predomina a íris alaranjada, enquanto que no Brasil os indivíduos apresentam a íris castanho-escuro. Jovem sai do ninho coberto por uma penugem branca, contrastado com disco fácil escuro, já possuindo os destacados tufos de penas branco.
Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se de grandes insetos e pequenos vertebrados que captura no estrato superior da floresta. Rocha & López-Baucells (2014) relataram a captura oportunista de morcegos (Carollia perspicillata) que estavam presos em redes ornitológica na Amazônia Central.
Reprodução: Biologia reprodutiva desconhecida. Aparentemente inicia as atividades reprodutivas no final da estação seca e início da chuvosa (fevereiro a maio). Nidifica em cavidades ou buracos no alto de árvores, o jovem fica dependente dos pais até o início de setembro.
Distribuição e subespécies: Ocorre desde o sul do México ao Panamá, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Guianas e norte do Brasil. Há três subespécies que são reconhecidas:
- L .c. stricklandi: do sul do México ao Panamá;
- L. c. wedeli: oeste do Panamá até Colômbia, Venezuela e oeste do Equador;
- L. c. cristata: Guianas e norte do Brasil, Bolívia, sudoeste da Colômbia, leste do Equador e Peru.
Habitat e comportamento: Estritamente noturna, habita oestrato superior ou médio de florestas densas, também pode aparecer em florestas secundárias, ocorrendo em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.950 m. Vive solitária ou aos pares; passa o dia empoleirada na vegetação densa, principalmente em matas ao longo dos rios. Ao anoitecer canta empoleirada, nos galhos altos da floresta, podendo cantar por toda a noite, especialmente no período reprodutivo. Quando perturbada, se estica e eriça o topete em forma de orelhas. Responde bem ao playback, inclusive de outras espécies, como já verificado por Rocha & Rangel-Salazar (2001) na Costa Rica.
Movimentos: Espécie residente.
:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::
Referências:
Barros, O. G. & Cintra, R. (2009) The effect of forest structure on occurrence and abundance of three owl species (Aves: Strigidae) in the Central Amazon forest. Zoologia, 26: 85-96.
Esclarski, P. & Cintra, R. (2014). Effects of terra firme-forest structure on habitat use of owls (Aves: Strigiformes) in central Brazilian Amazonia. Ornitología Neotropical 25:433–458.
Holt, W., Berkley, R., Deppe, C., Enríquez Rocha, P., Petersen, J.L., Rangel Salazar, J.L., Segars, K.P., Wood, K.L. & Kirwan, G.M. (2015). Crested Owl (Lophostrix cristata). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) (2015). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.
Konig, C. & Weick, F. (2008) Owls of the world. Segunda Edição. New Haven, Connecticut: Yale
University Press.
Rocha, L. E. & Rangel-Salazar, J. L. (2001) Owl occurrence and calling behavior n a tropical rain forest. J. Raptor. Res. 35(2) 107-114.
Rocha, R. & López-Baucells, A. (2014) Opportunistic predation by Crested Owl Lophostrix cristata upon Seba's Short-tailed Bat Carollia perspicillata. Revista Brasileira de Ornitologia, 22(1), 35-37.
Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Ed. Nova Fronteira.
Citação recomendada:
Menq, W. (2018) Coruja-de-crista (Lophostrix cristata) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/lophostrix_cristata.htm > Acesso em:
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