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Murucututu-de-barriga-amarela Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni & Bertoni, 1901)
Ordem: Strigiformes | Família: Strigidae | Monotípica

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Indivíduo adulto. Foto: Willian Menq

A murucututu-de-barriga-amarela é uma das corujas de grande porte mais comuns da Mata Atlântica, encontrada desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. É estritamente noturna, torna-se ativa assim que escurece, costuma pousar e vocalizar a partir de galhos altos e grossos, especialmente em noites claras, e no período reprodutivo é comum o casal cantar em dueto. Conhecida também como corujão-mateiro.


Descrição:
Possui, em média, 44 cm de comprimento, peso de 405-562 g (macho) e 331-670 g (fêmea) (Holt et al. 2018). Adulto apresenta dorso marrom-escuro, ventre amarelo-creme; na face possui disco facial castanho, sobrancelhas de cor creme, que se estende desde acima dos olhos até a lateral do bico, num desenho que lembra um "X" na face; a íris é castanho-escuro e o bico de cor marfim. Jovem saí do ninho coberto por uma penugem creme, com face marrom-escuro e íris escura.

Espécies-similares: Pode ser confundida com a murucututu (Pulsatrix perspicillata), que é mais rara na Mata Atlântica. Diferencia-se dela pela íris castanho-escuro e desenho da face marrom-creme (na P. perspicillata a íris é amarela e as faixas da face são brancas).O filhote se diferencia pela penugem creme e íris escura (na P. perspicillata o filhote possui penugem branca e íris amarela).

Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se basicamente de pequenos mamíferos e aves, bem como outros pequenos vertebrados e grandes insetos (gafanhotos, besouros). Legal et al (2009) relatam a predação de uma rã-martelo (Hypsiboas) e um roedor. Caça no período noturno, geralmente localiza suas presas (orientada pela visão) a partir de um poleiro, capturando as presas em investidas rápidas no solo ou nas árvores.

Reprodução: Ocupa ocos e cavidades de árvores grandes para nidificar, com início da nidificação entre setembro e outubro. Coloca até dois ovos que são incubados pela fêmea por aproximadamente 35 dias, sendo o macho responsável por levar alimento para a fêmea e filhotes no ninho. Os filhotes ficam no ninho por cinco semanas, após esse período permanecem em poleiros próximos sendo alimentados pelos pais.

Distribuição geográfica: É endêmica da Mata Atlântica, ocorre na região sul e sudeste do Brasil, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, além do leste do Paraguai e nordeste da Argentina (Missiones).

Habitat e comportamento: Espécie florestal, presente em florestas primárias, capoeiras, matas secundárias e bordas, podendo aparecer em clareiras e outras áreas com árvores esparsas e parques urbanos. É a coruja de grande porte mais comum da Mata Atlântica, especialmente nas florestas ombrófilas densas e nas florestas estacionais semideciduais. De acordo com Menq & Anjos (2015) sua abundância parece estar associada a maior densidade de árvores e dossel alto.

É estritamente noturna, durante o dia permanece escondida nas densas folhagens das árvores. Torna-se ativa assim que escurece, voa com batidas de asas macias e silenciosas, pousando e vocalizando em galhos altos e grossos, muitas vezes coberto por epífitas. Costuma vocalizar em noites claras, sob iluminação da lua, e no período reprodutivo é comum o casal cantar em dueto. Responde bem ao playback, geralmente emite um chamado do tipo “Aoooouuuu”.

Já foi registrada em pleno centro urbano da cidade de Ipanema/MG, pousada no topo de um poste de iluminação com cerca de 6 m de altura, não parecendo se incomodar com a presença de pessoas que passeavam ou que permaneciam no local (Ribeiro & Vasconcelos 2003). Legal et al (2009) também registraram a P. koeniswaldiana em área urbana do município de Blumenau/SC, assim como Sick (1997) que também registrou em área urbana no município de Rio de janeiro. Embora tenha preferência por florestas úmidas, é provável que os registros em alguns centros urbanos sejam por causa de presas que são atraídas pela iluminação artificial.

Movimentos: Espécie residente.


:: Página editada por: Willian Menq em Abr/2018. ::



Referências:

Holt, D.W., Berkley, R., Deppe, C., Enríquez Rocha, P., Petersen, J.L., Rangel Salazar, J.L., Segars, K.P., Wood, K.L., de Juana, E. & Marks, J.S. (2018). Tawny-browed Owl (Pulsatrix koeniswaldiana). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from https://www.hbw.com/node/55054 on 1 February 2018).

Konig, C. & Weick, F. (2008) Owls of the world. Segunda Edição. New Haven, Connecticut: Yale University Press.

Legal, E.; Cadorin, T. J.; Kohler, G. U. (2009) Strigiformes e Caprimulgiformes em Santa Catarina, sul do Brasil: Registros relevantes e novas localidades. Biotemas, 22 (4): 125-132, dezembro de 2009
ISSN 0103 – 1643.

Menq, W. & Anjos, L. (2015) Habitat selection by owls in a seasonal semi-deciduous forest in southern Brazil. Brazilian Journal of Biology. v. 75(4.1):143-149.

Ribeiro, R. C. C.; Vasconcelos, M. F. (2003) Ocorrência de Pulsatrix koeniswaldiana e de Nyctibius grandis em área urbana no leste de Minas Gerais, Brasil. Ararajuba 11 (2): 233-234.

Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Ed. Nova Fronteira.

 


Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/pulsatrix_koeniswaldiana.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

Canto - (gravação: John Van der Woude)
By: xeno-canto.



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Indivíduo adulto.
Caraguatatuba/SP. Junho 2016.
Foto: Willian Menq
 
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Indivíduo adulto.
Maringá/PR, Nov. 2016.
Foto: Willian Menq
 
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Indivíduo adulto.
Juiz de Fora/MG, Maio de 2010.
Foto:
Luciano Cunha
 
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Indivíduo predando um beija-flor
no ninho. Ilhabela/SP, Out. 2011.
Foto:
Marcelo Dutra
 
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Indivíduo predando um periquito (Brotogeris chiriri). Out. 2009, Lindóia/SP. Foto: Thomaz Raso
 
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Indivíduo filhote.
Caraguatatuba/SP, Maio de 2014.
Foto: Willian Menq